4 de agosto de 2013

O Cheiro do Ralo

Afirmar que um filme é o melhor não é fácil. Além da qualidade da produção, depende de fatores como a experiência de vida de quem assiste e até do grau de instrução. Isso mesmo! Se perguntar a um adolescente, raramente a resposta será igual à de alguém com mais de 40 anos, por exemplo.
 Alguém que tenha pouco estudo também terá uma visão diferente de um acadêmico, principalmente se o filme exigir mais conhecimento do telespectador.

O número de pessoas que assistiram ao filme pode significar que é bom, mas não o melhor. E, hoje em dia, até um Oscar não significa mais símbolo de qualidade - a política fala mais alto na academia americana...
Avaliar filmes nacionais também não é fácil. A maioria é produzida pela Globo, se passa no Rio de Janeiro e vem carregada de mesmices: violência, trambiqueiros vivendo de golpes, favela, policial corrupto, entre outros. Há também a falta de dinheiro e dependência de órgãos oficiais do governo. 
Aqui vai um filme já analisado pela primeira turma de Artes da Faculdade Univel, belíssimo filme, sua construção é bem definida, todo o filme passa à quem assiste um aspecto de sujeira e imundície, cenas que apesar de trágicas se tornam engraçadas, e como em todo o filme brasileiro Bundas amostra, sim, parece ser vulgar, porém  a construção feita pelo diretor. Abusando de alguns clichês, como a saia curta da garçonete que sempre precisa se abaixar para pegar algo no chão e o escândalo de uma ex-noiva após sua separação.
 O Cheiro do Ralo é um filme acima da média em termos de filmografia nacional recente. Não é um ótimo filme e não vai ser bem visto pelo público maior, que vai passar batido. Mas pobre deste público, que não sabe o que estará perdendo.





O CHEIRO DO RALO (2006) - Lourenço (Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as por uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.

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